De nossa parte, cremos que não poderia ser da vontade de Deus que abandonássemos os fundamentos bíblicos em troca de uma ordem sem base bíblica e inventada pelo homem. Portanto, o que nos impede de aceitar convites para seus cultos não é a falta de amor pelas almas que estão nessas denominações, mas sim o temor do pecado.
Ficamos imaginando se essas pessoas já consideraram o que intolerância realmente significa. William Kelly escreveu que intolerância é "apegar-se, sem pensar e sem uma garantia divina sólida, à sua própria doutrina ou prática, opondo-se a todas as outras". Portanto a questão é: "Será intolerância evitar associar-se às igrejas denominacionais para seguir com aqueles que desejam reunir para adoração e ministério em conformidade com a Palavra de Deus?". Se essas denominações estiverem marcadas pela confusão e pelo abandono da Palavra de Deus, como já descrevemos neste livro, como alguém poderia esperar que fôssemos tão inconsistentes com nossas convicções ao ponto de nos juntarmos a eles nessas assim chamadas "igrejas" das quais nos separamos? "Porque, se torno a edificar aquilo que destruí, constituo-me a mim mesmo transgressor" (Gl 2:18).
William Kelly também declarou: "Certamente é intolerante, ou algo pior, alguém que insista ou espere que eu me junte a ele contra minha clara convicção, pois para fazer isso eu precisaria pecar contra Deus. Pecado é alguém fazer sua própria vontade ou a vontade de outro, contrária à vontade de Deus. Se você me pedisse para eu me afastar daquilo que eu sei ser a vontade de Deus, evidentemente eu estaria pecando se concordasse".
Isto nos faz lembrar o velho profeta de Betel (1 Rs 13). Ele tentou fazer com que o profeta de Judá, que havia sido enviado pelo Senhor para clamar contra a adoração sem fundamento bíblico que havia sido estabelecida em Betel, tivesse comunhão consigo no próprio lugar contra o qual o profeta havia clamado! O velho profeta fez isso para aliviar sua própria consciência, pois então ele poderia dizer que outros profetas estavam ali com ele. Depois que o profeta de Judá concordou em atendê-lo, um leão o encontrou no caminho e o matou. Que isto seja um alerta para nós.
Como já dissemos, é comum existir animosidade, da parte daqueles que rejeitam a ordem de Deus, contra quem deseja obedecer a Palavra de Deus. A escolha de permanecer em um sistema de adoração da cristandade criado pelo homem é uma coisa, mas certamente não podemos considerar errado alguém que deseje estar com cristãos que queiram praticar a ordem de Deus. Afinal, são pessoas que estão simplesmente fazendo o que está na Palavra de Deus!
Se algum cristão deseja permanecer em uma ordem ou sistema eclesiástico criado pelo homem, e se ele tenta usar a Palavra de Deus para dar suporte a essa ordem, ele terá de inserir seus próprios pensamentos entre as claras afirmações das Escrituras. Por exemplo, ele precisará inferir que o tabernáculo do Antigo Testamento é realmente o padrão para a adoração cristã; que a cobertura da cabeça para as mulheres servia apenas para a igreja local de Corinto; que as mulheres pregavam nas reuniões das igreja; que eram feitas imposição das mãos sobre aqueles que eram ordenados etc.
Por outro lado, aqueles que simplesmente aceitam o que está nas Escrituras como Deus escreveu, desfrutarão da tranquila confiança de estarem fazendo a vontade de Deus. Isto porque existe uma paz que resulta de se fazer a vontade de Deus, paz esta que é conhecida apenas por aqueles que andam em conformidade com a Palavra. É um privilégio voltar ao cristianismo simples da Bíblia, sem todas as franjas acrescentadas pelo moderno cristianismo!
Traduzido de "God's Order" - Bruce Anstey - 4th Edition