Alguns poderão dizer: "Nossa igreja não tem apenas um homem como ministro. Temos dois ou três pastores". Todavia, ainda assim continuam sem entender esta passagem. A intenção de Deus é que a igreja possa crescer "pelo auxílio de todas as juntas", não de apenas duas ou três (Ef 4:16). É verdade que provavelmente nem todos tenham um dom para ministrar publicamente a Palavra, mas, como já mencionamos, as Escrituras indicam que todos os que estiverem capacitados devem ter a liberdade de ministrar na assembleia. A Palavra de Deus diz que "todos podereis profetizar, uns depois dos outros; para que todos aprendam, e todos sejam consolados" (1 Co 14:24, 31).
Também é verdade que um homem pode ter mais de um dom, mas as Escrituras são claras no sentido de que uma só pessoa não possui todos os dons. O Apóstolo até mesmo chega a fazer uma advertência quanto ao perigo de não considerarmos a diversidade de dons que Deus colocou no corpo. Ele diz: "O olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés: Não tenho necessidade de vós" (1 Co 12:21). Isto demonstra que todos os membros no corpo têm algo para contribuir, ainda que aos nossos olhos pareçam insignificantes. Todavia, a ordem clerical estabelecida nas igrejas é um sistema no qual duas ou três pessoas cuidam do ministério. Trata-se de um sistema que impede (talvez não intencionalmente) que outros dons sejam exercitados na igreja, o que é outra forma de se dizer "não tenho necessidade de ti".
Aqueles que ocupam uma posição ministerial nas igrejas discordam veementemente disto, pois afirmam que em suas igrejas encorajam as pessoas a se reunirem para exercitar seus dons -- mas isso se limita a reuniões domésticas de estudo da Bíblia. O contexto destes capítulos, porém, trata do exercício dos dons nas reuniões da assembleia (1 Co 11:17, 18, 20, 33, 34; 14:23, 26). A questão é: "Acaso eles permitem que haja liberdade dos dons na igreja?". A resposta é não, eles não permitem.
Traduzido de "God's Order" - Bruce Anstey - 4th Edition